O ex-trio, agora dupla, chegou causando polêmica e tirando o sono dos mais conservadores ingleses (isso ainda existe?). Os cartazes com a capa deste quinto disco de inéditas foram banidos dos metrôs do país numa censura absurda e infundada por simplesmente lembrar grafitti e arte urbana, algo proibido pela administração dos vagões. Além disso, o primeiro single "Paradise Circus" já saiu com um vídeo promocional disponibilizado livremente aos fãs no site oficial da banda, intitulado e tachado por muitos como pornográfico - os seguidores falam em "arte, belas imagens e exploração da mulher" mas o resultado é pornográfico sem dúvida alguma. Uma senhora relata suas experiências como atriz pornô a tempos atrás e o clipe remonta um dos filmes em que a protagonista trabalhou, misturado ao som da música mais sensual do álbum. Esse é o primeiro de uma serie de quatro clipes de baixo orçamento.
Deixando de lado o barulho causado pela promoção de Heligoland, o resultado é um disco a altura dos anteriores e uma atmosfera ambient, com marcas profundas da influência de Tricky no grupo. Ficou de lado o trip-hop, entrou em cena uma banda que não se limita a rótulos ou estilo bem definido: é simplesmente som fino e de bom gosto. Contaram com os vocais de Tunde Adembipe do TV On The Radio, Damon Albarn do Gorilazz, Martina Topley-Bird (habituê da falecida cena trip-hop) e Guy Garvey do Elbow. Destaques ficam por conta da atmosférica "Rush Minute", "Psyche" e "Atlas Air". Valeu a pena esperar tanto tempo.